A poesia virá...
E a poesia virá nascida de todo lugar... livre, plena, pura, apesar do breu da noite que traça mistérios no ar ocultando a lua insinuante que através de uma nuvem entreaberta revela um brilho de sedução provocando um fascínio ofegante que prontamente despertará... E a poesia virá quando ao abrir os olhos vir a noite virar dia colhendo toda a alegria da manhã que sugere renascer encobrindo a nostalgia de um sol que se faz poente e languidamente no horizonte desmaia após da tarde, a despedida, que calmamente se vai... E a poesia virá quando a esperança ficar. Ainda que a dor atormente, o mundo tornar-se descrente, o sofrimento teimar em arder queimando o cerne da gente, a alma só ganhos terá lapidada pelo ourives do tempo trazendo a certeza de que passará. E a poesia virá, simplesmente, sem palavras, brandamente, com o silêncio que se fará, traduzido pelo encantamento dos versos que o poeta interpretar, enlevado pela emoção de quem fala sem fa