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Mostrando postagens de setembro, 2016
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De iludir as horas cheguei a exaustão, Não há mais o mesmo brilho e a cativante emoção dos tempos de outrora. Aqui, não é o paraíso, mas de alguma forma encontrava alento nas palavras, Letras essas que com o tempo foram tornando-se tão tristes quanto a minha realidade...
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Molho a pua numa lágrima nua e escrevo a minha ausência em linhas de adeus sozinhas nas minhas mãos. Mergulho o pincel dos pensamentos na tinta que me finta a vida e pinto os sentimentos com o azul abstracto dos meus céus e esvoaço até que pise e beije os chãos do infinito. Solto a alma e grito os ecos das canções frias e tristes que a noite compõe sobre a pele de mil e um tambores que rufam sós saudades e dores no meu coração em cinzas. Parto para longe e quebro os reflexos que as distâncias ditam e espelham sob os pés das minhas fés. Sorrio para adoçar os vinagres do silêncio que chorar enraíza no ver que o meu olhar sente. 
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Lá no “Água Grande” a caminho da roça negritas batem que batem co’a roupa na pedra. Batem e cantam modinhas da terra. Cantam e riem em riso de mofa histórias contadas, arrastadas pelo vento. Riem alto de rijo, com a roupa na pedra e põem de branco a roupa lavada. As crianças brincam e a água canta. Brincam na água felizes… Velam no capim um negrito pequenino. E os gemidos cantados das negritas lá do rio ficam mudos lá na hora do regresso… Jazem quedos no regresso para a roça. Alda Espírito Santo/São Tomé e Príncipe
Quero embelezar-te o olhar com a excitação dos meus olhos, adoçar-te os lábios com a paixão dos meus beijos, pôr-te a alma a voar com as asas da minha alma, aperfeiçoar a perfeição do teu corpo com os fogos do meu corpo, amar o teu amor com o meu amor, entrelaçar a gentileza das tuas mãos às sinas doces das minhas mãos, destravar-te o sangue com a velocidade poética que incendeia o meu sangue, enlouquecer a tua loucura com as minhas loucas loucuras, atrever-me no destino com as minhas aventuras, provocar-te sorrisos lindos com a sinceridade do meu sorriso, dar vida à tua vida com a vida viva do meu viver e respeitar-te. . . Henrique Fernandes

Direto do túnel do tempo.

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 Desfile de Sete de Setembro há mais de quarenta e cinco anos atrás na mesma rua. O antigo prédio da esquina permanece de pé por todos esses anos, incrível não é mesmo? Essas jovens devem ser alegres senhorinhas agora.
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Longevidade tomada pelo tempo, tombada sobre as cercas de qualquer lugar, revirada chama em cadeias de amar, candeias aos saltos na escuridão, semblante de corada paixão, vertigem só sobre o pó dum chão dormente, pouso sem pouso, repouso morto, sobras de uma insónia onde descontente a noite mora, hora que anoitece a cair, que acontece a sorrir, que chora e grita, que estafada morre morta, migalha à porta da má sorte de entrelinhas à tona das águas que os olhos a eito entornam sob o peito o ar que abafa e desfoca a cara, lágrimas que a poesia detona, que rebentam na alma em silêncio, Perturbações verdadeiras, fogueiras que enforcam a voz do vento, com saudade e adeus, corda presa ao céus, estátua viva num jardim de mil sombras, peneiras de muita idade nas fronteiras de ser ou não ser. Maturidade. . . Henrique Fernandes