Molho a pua
numa lágrima nua
e escrevo a minha ausência
em linhas de adeus sozinhas
nas minhas mãos.
Mergulho o pincel dos pensamentos
na tinta que me finta a vida
e pinto os sentimentos
com o azul abstracto dos meus céus
e esvoaço até que pise e beije
os chãos do infinito.
Solto a alma e grito os ecos
das canções frias e tristes
que a noite compõe
sobre a pele de mil e um tambores
que rufam sós saudades e dores
no meu coração em cinzas.
Parto para longe e quebro os reflexos
que as distâncias ditam e espelham
sob os pés das minhas fés.
Sorrio para adoçar
os vinagres do silêncio
que chorar enraíza no ver
que o meu olhar sente. 

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